"Nos cafés da cidade, as palavras despertam tímidas, percorrem o vidro da janela, iluminam o bolso da memória e deixam um rastro de riso no peito."
Poemas Curtos de Mario Quintana
Breve coleção de poemas curtos inspirados no espírito lúdico e suave de Mario Quintana.
"Poemas curtos, como passos leves, atravessam a sala de estar da memória, pousam no peito e deixam a certeza de que o cotidiano cabe em poesia."
"Entre esquinas de cidade, pequenas certezas surgem como borboletas, dizendo que a vida cabe no bolso, basta escolher o sorriso certo para guardar."
"Os dias são testes de silêncio; quando a cidade respira, ouvimos versos que não cabem na boca, e ainda assim eles respiram junto a nós."
"Sou eu, ou melhor: o tempo me empresta o silêncio para dizer coisas grandes com palavras pequeninas, e nesse truque as horas se dobram como origamis de sol."
"Quando o céu encontra a linha do trem, nasce uma página de horizonte onde me reconheço pequeno e, ainda assim, inteiro, inteiro pela metade do tempo."
"Eu vejo a cidade como um caderno onde cada esquina recebe uma linha sem título, e eu rio quando a vida insiste em ser segredo entre amigos."
"Nos meus dias, as palavras caminham devagar, carregando talismãs de papel, para que eu descubra a alegria de reparar o mundo com entrelinhas."
"Quase sempre o amor parece uma gaveta aberta: guarda memórias, objetos pequenos, promessas simples, e a gente fica curioso para procurar sentido."
"Quando a lua se pendura na linha do horizonte, a cidade parece ouvir meu segredo antigo e ilumina a coragem de começar de novo, hoje."
"Em cada poema curto cabe uma rua inteira, uma xícara de chá, a ternura de quem escolhe ver beleza onde muitos veem pressa e ainda encontra tempo para sorrir."
"Meu compasso é lento, mas o coração sabe dançar quando as palavras escolhem passos leves, como quem atravessa a manhã sem pressa e com coragem."
"Entre os lápis que não escrevem, encontro sombras suaves que me lembram que o melhor verso nasce quieto, quase invisível, no colo do dia."
"Se as ruas falassem, contariam sobre o acaso que ri de nós, sobre o acaso que nos encontra no meio do rascunho de uma manhã sem pressa."
"Às vezes, a brisa carrega uma antologia de risos que não pedem licença, apenas apresentam-se, sorrindo, como quem encontra poesia nas coisas simples."
"Meu mapa afetivo aponta para o silêncio luminoso das noites, onde cada estrela parece uma palavra que não se atreve a terminar hoje."
"Eu não preciso de muito para entender a beleza: basta uma semente de esperança, um instante de calma, e o dia se refaz em verso a cada manhã."
"Já disse alguém que a poesia é o bolso do tempo; guardamos lembranças pequeninas para não perdermos o caminho quando o dia ficar vazio."
"Entre a pressa da manhã, deixo a caneta conversar comigo, e a cada traço percebo que a vida é uma escola de pequenas alegrias e o silêncio também ri."
"Mesmo quando a noite parece espelho quebrado, o poeta de olhos simples encontra faróis na memória, acende uma vela e diz: ainda há poesia."